quinta-feira, 26 de abril de 2012

Obras viárias testam a paciência de motoristas da região



Primeiro piora para depois melhorar. Este é o pensamento de motoristas, pedestres e comerciantes que há meses sofrem com obras viárias em alguns corredores da região, como o rebaixamento da Lions e a reforma da João Firmino, ambas em São Bernardo, e avenida dos Estados, em Santo André.
Conhecida regionalmente pelo congestionamento no horário de pico, desde que as obras de rebaixamento da avenida Lions tiveram início, em abril de 2010, as longas filas de carros já não têm mais horário definido. Segundo informações de agentes de trânsito que passam o dia no local, o trânsito tem início nas primeiras horas da manhã e segue até perto das 21h para o desespero de quem vive ou precisa passar pelo local. A previsão da Prefeitura é que as obras terminem em maio.
O engenheiro Michel Cristiano Botaro, de Santo André, evita passar pela avenida. “Como sei que aqui está sempre parado, costumo desviar meu caminho por ruas do Rudge Ramos, mas um dia ou outro acabo passando por aqui mesmo”, diz Botaro, enquanto aguardava o trânsito fluir.
O caminhoneiro Silvestre Souza reclama que a via sempre foi congestionada, mas que por causa das obras está inviável passar pelo local. “O trânsito que já era ruim, agora está impossível. Mas o que nos faz aguentar isso tudo aqui é saber que depois que estiver tudo pronto irá melhorar muito”, acredita.
Luiz Marcelino, que mora na rua Uberaba, via utilizada como desvio pelos carros que utilizam a Lions, também está confiante. “Dirigir pela via, tentar atravessar ou morar por aqui está muito difícil nestes últimos meses, mas vai valer a pena no final de tudo”, comenta o aposentado, que reclama do excesso de barulho e de pó em sua casa. Para Marcelino, atravessar a via requer coragem. O pó levantado pelas máquinas prejudica a respiração e até mesmo irrita a vista dos pedestres.
Durante o período que a reportagem do Repórter Diário esteve no local, foi possível ver ao menos três agentes de trânsito no local. Um responsável por auxiliar a travessia dos pedestres e dois para controlar o fluxo de carros no cruzamento da avenida Lions com a rua Vivaldi.
Bairro Assunção
Caminho de quem mora ou trabalha na região do bairro Assunção, em São Bernardo, a avenida João Firmino também passa por obras de melhorias. Com quase dois meses de atraso, as intervenções têm feito os motoristas saírem mais cedo de casa. “Um trajeto que fazia de casa até o trabalho em cinco minutos, hoje demoro pelo menos três vezes mais que isso”, diz Simone Camargo, de São Bernardo. “Espero que todo este transtorno seja recompensado quando as obras forem finalizadas”, completa Elizete Lorenço, também moradora de São Bernardo.
Avenida dos Estados
Apesar de não ser obra viária, as intervenções do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), do governo dos Estados, para conter as margens do rio Tamanduateí, em Santo André, têm afetado o trânsito da avenida dos Estados. Quem passa todos os dias pela via precisa ter paciência e atenção redobrada. Há faixas interditadas e cones na pista em pelo menos dois pontos no sentido Mauá: um em Santa Terezinha, em frente ao SESI Santo André, e outro próximo aos Correios. Neste último ponto, como a interdição fica próxima de curva, muitos motoristas precisam frear bruscamente para evitar colisão.
Comércio amarga até 80% de prejuízo
Se a vida dos motoristas e moradores não está nada fácil na avenida Lions, em São Bernardo, a dos comerciantes locais também ficou complicada. Há seis anos na rua Brasil, Rodolfo Duarde, um dos sócios de loja especializada em sistemas de segurança, conta que o movimento caiu 80% desde que as obras começaram. “A rua está interditada, dificilmente alguém passa por aqui”, reclama.
Apesar disso, a expectativa é de melhora no fluxo de veículos e pedestres. Com a desapropriação e demolição de comércio que ficava ao lado, a loja agora ficará na esquina com a Lions, o que aumentará sua visibilidade. “Vamos aproveitar e investir em comunicação visual, pois quem passar pela Lions poderá nos ver aqui, coisa que não acontecia facilmente antes”, completa Duarte.
O mesmo acontece com Aroldo Mobilio, sócio de loja de carros usados na avenida Senador Vergueiro. “Continuamos abertos porque temos clientes antigos que nos procuram, mas as vendas caíram 80% com as obras. Nossa expectativa é de que não só volte ao normal após o término do rebaixamento, mas que o movimento na loja melhores”, completa.
João Firmino tem poeira e falta de estacionamento
Na avenida João Firmino, as principais reclamações são o excesso de poeira e a dificuldade de estacionar. Ricardo Nakamura, proprietário de pastelaria na altura do número 371, explica que a complicação do trânsito e a constante passagem de máquinas na pista levantam muito pó, o que atrapalha o comércio. “As vendas caíram cerca de 20%. A principal reclamação dos clientes é não ter mais onde parar o carro”, conta. “Mas quando ficar tudo pronto parece que a avenida vai ficar muito boa”, completa.
Néia Buere, gerente de loja de roupas femininas, diz que os clientes são obrigados a estacionar os carros do outro lado da avenida. “Isso é ruim porque atravessar e andar pelas calçadas hoje também não está nada fácil”, lamenta Néia, que reclama de queda de até 70% nas vendas.

Fonte: Repórter Diário

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